quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

BB utiliza artigo da CLT para reduzir pagamento de suas funcionárias

Não podemos admitir que o BB transforme um direito em mais um ataque!


Por Juliana Donato - F6001870 - candidata ao CAREF      


O artigo 384 da CLT concede a todas as trabalhadoras o direito a uma pausa de 15 minutos antes do início de jornada extraordinária (hora extra). Sem qualquer debate, o Banco passou a descontar, desde Janeiro, esses 15 minutos do salário das trabalhadoras. A pausa foi instituída como um benefício para amenizar a dupla jornada de trabalho das mulheres, quem em sua grande maioria acumulam em sua jornada o trabalho doméstico.
O BB está transformando o direito em punição. Apenas no Banco do Brasil, as funcionárias realizam a pausa sem remuneração, ainda que permaneçam na empresa. Além do mais, o Banco não garante a aplicabilidade desta medida para quem trabalha no atendimento. É difícil imaginar, nas condições atuais de trabalho, que uma caixa pare de atender a fila de clientes por 15 minutos para descansar.
Queremos o direito ao intervalo para as funcionárias, mas ninguém pode ser obrigado a ficar na empresa, sem ser remunerado por isso. O Banco, em sua suposta preocupação em cumprir a legislação, não criou qualquer mecanismo que impeça de fato o trabalho durante esse período, como a suspensão de acesso a todos os sistemas, como ocorre quando o ponto eletrônico está fechado. A mulher, que por necessidade do serviço ou por pressão da chefia realizar a jornada suplementar não será remunerada nos primeiros 15 minutos. E a possibilidade de continuar trabalhando durante o tempo destinado ao descanso se torna mais um elemento de assédio moral, da qual as mulheres já são as maiores vítimas. Várias colegas pararam de prorrogar desde que a medida foi anunciada, numa tentativa de impedir mais esta exploração. Desta forma, cada vez mais há impacto no serviço e na remuneração das mulheres, gerando uma distância ainda maior em relação à remuneração dos homens.
O BB já possui um histórico de descumprimento da jornada de 6 horas. Os 15 minutos de intervalo para alimentação na jornada de até seis horas é computado fora da jornada, diferente da maioria dos grandes bancos, inclusive da Caixa Econômica Federal. Justamente por isto, vários colegas do BB ganharam ações na justiça do trabalho, garantindo sua jornada total em 6 horas (sem qualquer desconto). Além disto, nosso acordo prevê o intervalo de 10 minutos a cada 50 minutos de trabalho do digitador. Mesmo intervalo é previsto em normativo para quem trabalha na Sala de Autoatendimento, o que raramente é cumprido.
Dilma, durante sua campanha em 2014, prometeu que não permitiria retrocessos com relação aos direitos e conquistas dos trabalhadores. Mas desde a posse, é somente isto que temos acompanhado. Não vamos aceitar retirada de direitos, nem dos trabalhadores nem dos aposentados, abertura do capital da Caixa Econômica Federal ou mais ataques a nossa jornada legal de 6 horas. A Contraf/CUT precisa sair do clima de Carnaval e entrar em campo. É fundamental que se solicite ao BB uma reunião para tratar o tema e, se o Banco se negar a negociar, que sejam adotadas as medidas cabíveis. E que as entidades repassem orientações e esclarecimentos às trabalhadoras sobre qual postura adotar.
O que diz o Supremo?

Em novembro de 2014 o STF julgou o recurso de uma empresa que foi condenada pelo Tribunal Superior do Trabalho a pagar os 15 minutos com adicional de 50% a uma de suas funcionárias. A empresa em questão, A. Angeloni & Cia Ltda., entrou com recurso alegando a inconstitucionalidade do artigo 384 da CLT. A Associação Brasileira de Supermercados e a Federação Brasileira dos Bancos tomaram parte do processo, dividindo com a Angeloni a tese de que o direito das mulheres seria inconstitucional, ferindo o princípio de igualdade. O STF negou o recurso por entender que a dupla jornada é uma realidade e o tratamento diferenciado é legítimo para compensação das diferenças e ampliação de direitos fundamentais.

domingo, 22 de fevereiro de 2015

COMPAREÇA À PRÓXIMA PLENÁRIA DA OPOSIÇÃO UNIFICADA

Ajude a construir uma alternativa à atual direção



        A plenária de 11/2 foi um sucesso. A Oposição Bancária do Rio juntamente com a Unidade Classista e ativistas independentes discutiram o programa e o planejamento de nossos esforços para a campanha. É de pleno acordo entre todos que precisamos construir uma direção de oposição ao governo Dilma, que tenha independência dos patrões e que seja controlado pela base.

     O desafio é grande, por isso precisamos da ajuda de todos os bancários que compreendam a necessidade de mudar os rumos do sindicato.Na próxima 2ª feira - 23/02, às 18:30 h, será realizada a Plenária final da Chapa da Oposição Unificada na sede da CSP Conlutas, na Rua Alcindo Guanabara, 17/21 - Sala 1410. Compareça, traga mais bancários e apresente sua sugestão de programa e nomes para a Chapa de Luta.
        CHEGA DE DEMISSÕES, REESTRUTURAÇÕES! CHEGA DE CAMPANHAS SALARIAIS CONTROLADAS, SUBORDINADAS A CAMPANHA ELEITORAL!
        
        Venha você também fazer parte desse momento histórico, construindo uma alternativa de luta para os bancários do Rio de Janeiro.

  Segunda, 23/02 às 18:30 h. na Rua Alcindo Guanabara 17/21 – sala 1410



terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Eleição para o SEEB RIO: Oposição unificada realiza plenária nesta quarta-feira.

Participe! 

Quarta-feira, 9 de fevereiro, às 18:30hs na Evaristo da Veiga, 55, 7° andar. No SEPE, em frente ao Batalhão da Polícia Militar, próximo à Cinelândia.


POR UMA CHAPA UNITÁRIA DE OPOSIÇÃO, COMBATIVA E INDEPENDENTE DOS BANQUEIROS E DO GOVERNO!

Militantes da CSP Conlutas, da Unidade Classistas e ativistas independentes estarão reunidos nesta quarta-feira no SEPE para construir uma chapa de oposição unificada na disputa pela direção do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro. Por exigência da Comissão Eleitoral, a chapa deve ter, no mínimo, 70 nomes, e a inscrição se encerra em 25 de fevereiro.



COMPAREÇA À PLENÁRIA DA OPOSIÇÃO UNIFICADA

PRA MUDAR O SINDICATO DOS BANCÁRIOS DO RIO DE JANEIRO !

Queremos um novo sindicato. Um sindicato verdadeiramente democrático, controlado pela base da categoria e sem privilégios para os dirigentes sindicais. Um Sindicato que não vacile em fazer o enfrentamento com o governo Dilma e banqueiros ! 
 
Este manifesto foi redigido por vários bancários do Rio de Janeiro, que se organizam em diferentes correntes sindicais ( CSP Conlutas e Unidade Classista ) e ativistas independentes, Todos nós estamos convencidos de que é necessária uma mudança profunda na direção do nosso sindicato. A atual Diretoria do SEEB/RJ, que já está a frente da Entidade há 23 anos, já demonstrou que não organiza e não representa a nossa categoria.

Isso tem ficado evidente nas campanhas salariais, com as pautas rebaixadas, que não contêm as nossas reivindicações, e com a assinatura de acordos ainda mais rebaixados que as pautas apresentadas. Eles, juntos com a Contraf/CUT, não têm respondido ao enorme número de demissões nos bancos privados e aos ataques que os bancos públicos têm sofrido. No Banco do Brasil, os ataques se sucedem sem reação . Areestruturação retira praticamente toda a área meio do RJ (a GECEX, por exemplo, que está sendo desmontada no Rio e outros Estados. 

Na Caixa, o Governo Dilma ameaça transformar em S.A., o que descaracterizaria por completo como banco público, e o Sindicato se limita a dizer que é contra mas não organiza nem uma reunião pra organizar uma resposta da categoria.

Isso tudo está acontecendo porque a atual Diretoria do Sindicato, assim com a CONTRAF/CUT, está ligada ao Governo Dilma, que estabeleceu uma parceria  com os banqueiros , Não é a toa, que Dilma botou até o banqueiro do Bradesco , Joaquim Levy,  no Ministério da Fazenda! 

ISSO TEM QUE MUDAR! 


Conclamamos todos os bancários que querem ver novamente o Sindicato na liderança das lutas e conquistas da categoria, que cerremos forças em torno de uma chapa de oposição à atual direção da entidade. Esta tarefa não é fácil, já que não contamos com liberados, nem recursos. Precisamos do APOIO  e do ESFORÇO de todos, para viabilizar esta tarefa.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Dilma confirma abertura de capital da Caixa e abre caminho para a privatização da empresa


 Durante a campanha eleitoral, Dilma e o PT fizeram um discurso de “defesa” e “fortalecimento” dos bancos públicos (chegando a citar nominalmente o BNDES, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal) e tentaram relembrar as privatizações – medidas altamente impopulares, sobretudo entre os beneficiários de programas sociais e os trabalhadores bancários – dos governos anteriores do PSDB para, com isso, crescer eleitoralmente em cima do temor do desmonte das estatais, caso Aécio Neves (PSDB) vencesse as eleições.

Mas, na última segunda-feira, 22/12, antes mesmo de assumir o seu segundo mandato como presidente, Dilma Roussef (PT) anunciou num café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto que iria abrir o capital da Caixa Econômica Federal: “Vou, mas é um processo que demora” (Valor Econômico, 22/12/2014), disse a petista, tentando minimizar o peso da medida. Segundo a edição de alguns veículos da imprensa burguesa, o processo se daria em meados de 2016 (Folha de São Paulo), e que seria precedido de um processo de “saneamento” da empresa.

Esta entre a diferença entre o governo petista da campanha eleitoral e o da vida real. Passadas as eleições e depois da vitória conquistada nas urnas, Dilma vai precisar responder às ameaças de recessão econômica sem deixar de atender aos interesses daqueles que garantiram e financiaram a sua campanha: as grandes empresas e os investidores nacionais e internacionais.


O que é a abertura de capital e as razões da medida

A Caixa Econômica Federal – diferentemente inclusive de algumas empresas que são consideradas “estatais” pelo fato do governo brasileiro possuir a maior parte de suas ações, como Petrobrás e Banco do Brasil – ainda é uma empresa pública. Isto significa que a Caixa é propriedade integral do Estado brasileiro e, teoricamente, o dever de exercer atividades e serviços públicos que tenham como objetivo o interesse da coletividade.

A abertura de capital, em termos simples, significa quebrar esse controle e a propriedade exclusiva do Estado dividindo e negociando toda a empresa (sob a forma de um determinado valor em capital) através de papéis monetários chamados ações. A partir dessa divisão, qualquer pessoa poderia se tornar acionista da empresa, bastando para isso comprar esses papéis na Bolsa de Valores. Quanto mais papéis possui um acionista ou um determinado grupo de acionistas reunidos em função de um interesse, mais controle estes têm sobre a empresa.

Esta é uma medida genuinamente neoliberal, utilizada pelos governos para aumentar a sua arrecadação e com isso, garantir o cumprimento de compromissos fiscais. A abertura de capital de uma empresa como a Caixa servirá para o governo dividir com os demais acionistas os riscos e os custos inerentes à atividade e, por outro lado, aumentar a receita na medida em que aparecem pessoas interessadas em comprar as ações para investir na empresa.

Desse modo, o governo economiza recursos e, na medida em que vende as ações e estas se valorizam, embolsa um aumento na arrecadação que irá principalmente para o pagamento dos juros e amortizações da dívida pública (mecanismo utilizado pelo governo para manter a confiabilidade dos investidores internacionais na economia do país) e para retribuir aos bancos, agronegócio e grandes empresas que financiaram a campanha do PT com medidas econômicas (isenções fiscais, financiamentos públicos em condições ultra-favoráveis, etc.) que garantam a continuidade dos seus lucros, principalmente nos momentos de crise.


O modo petista de privatizar

Não há qualquer justificativa para essa medida – principalmente se considerarmos que já há um banco do governo como sócio majoritário com capital aberto, o Banco do Brasil – senão a política consciente do governo do PT de privilegiar o capital.

Mas há uma posição de defesa oficial – encontrada em setores “críticos” e acríticos – do Governo Dilma que argumenta a abertura de capital como uma medida totalmente distinta das privatizações, tão amaldiçoadas pelo PT em discurso.

É verdade que esta não é uma privatização sob os moldes clássicos, em que o governo vai a leilão, oferece a empresa à venda e um grupo empresarial ou oligopólio a arremata com um lance. Mas não é correto dizer que a abertura de capital não é uma medida privatizante.

A admissão de sócios privados em uma instituição antes estatal representa, na prática, a admissão de novos proprietários imbuídos de um objetivo central: manejar os negócios da empresa de modo a aumentar sua rentabilidade, visando um retorno em forma de lucro. E quanto maior o número de ações negociadas, haverá uma maior quantidade de investidores pressionando a empresa para elevar seus resultados, conforme uma fórmula básica: reduzir custos e impulsionar receitas.

Segundo o jornal Valor Econômico, a sinalização inicial do governo seria abrir 25% do capital da Caixa na forma de ações. Isto representa, na prática, um punhado de capitalistas, voltados para o seu único e exclusivo interesse de lucrar, elaborando durante 24 horas por dia mecanismos e processos que reorientem a empresa para este objetivo.

A Caixa, que deveria ser utilizada como um banco 100% público e estatal, voltado para a erradicação completa do déficit habitacional via financiamento integral de moradias para trabalhadores que ganham até 5 salários mínimos, por exemplo; que financiasse os pequenos produtores, com crédito barato para todos aqueles que trabalham; que impulsionasse um plano nacional de obras públicas 100% financiadas para resolver o problema do saneamento básico, etc., perderá qualquer possibilidade de realizar tal papel.

A corrida pelo lucro e a concorrência travada com as demais instituições (sobretudo as privadas) no sistema financeiro fará da Caixa um banco tão privado quanto os outros na atuação no mercado e, consequentemente, na relação com os trabalhadores. Aumentará o ritmo de trabalho, a pressão por metas e as ameaças de demissão, sem contar o processo de “saneamento” anterior à abertura de capital, que na prática significa reestruturar a empresa com um corte de despesas inicial (e, portanto, mais ataques) para torná-la atrativa aos investidores.

Partindo dessa análise, o entendimento de que a única forma de privatizar é através do leilão e do arremate, é totalmente equivocada. Ainda que a abertura do capital não simbolize uma venda direta e mesmo que o percentual de ações negociadas não represente a maior parte do capital da empresa – mantendo o controle acionário com o governo –, a vida real revela outra coisa: refém dos investidores no mercado de capitais, o governo será obrigado a se submeter à lógica da rentabilidade imposta pelos acionistas, do contrário, não há razão para investirem e a operação inicial planejada pelo governo de usar a abertura do capital para reduzir custos e aumentar receita por meio da negociação de ações entrará em colapso.

Assim como as terceirizações, as parcerias público-privadas (PPP’s), as concessões e outras formas de “privatização branca”, a abertura do capital de uma empresa pública nada mais é do que uma medida privatizante disfarçada (assim como o governo do PT se mostra no terreno da aparência como um “governo de trabalhadores”), na medida em que o controle sobre a estratégia e o resultado das empresas ou dos serviços termina rompendo com a ideia de benefício coletivo e incorporando a lógica de interesse lucrativo privado.


Confiar no governo dos banqueiros ou ir à luta?

A ideia de entrega das estatais e dos serviços públicos à iniciativa privada é hoje majoritariamente rejeitada pelos trabalhadores e uma boa parte da população. Não é à toa que Dilma mentiu na campanha eleitoral em relação à defesa dos bancos públicos, e Aécio se viu obrigado a dizer que as acusações (hipócritas, mas verdadeiras) do PT sobre seu projeto de privatização eram “descabidas”.

Entre os trabalhadores das estatais e entre eles os bancários da Caixa, o temor do desmonte da empresa sempre foi presente e não é à toa que uma parcela importante desse setor assumiu ativamente a campanha de Dilma, pelo medo das privatizações do PSDB.

Mas, passadas as eleições, a força da realidade se impõe. Devemos confiar nesse governo, que entregou o Ministério da Fazenda para Joaquim Levy, um executivo do Bradesco? É correto depositar esperanças num governo que ainda sequer assumiu e já anunciou que irá abrir o capital de uma das empresas públicas mais importantes do país para os banqueiros e investidores?

Parte dos movimentos sociais, inclusive a CUT e seu braço no movimento sindical bancário (Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro-CONTRAF), mesmo depois do anúncio da reacionária equipe ministerial do governo e das suas intenções para com a Caixa Econômica Federal, pretende manifestar apoio à Dilma na festa de posse que irá simbolizar o início do quarto mandato consecutivo do PT na Presidência da República.

Este não é o momento de sair em defesa de um governo que vem mostrando abertamente que sua opção não é governar para a classe trabalhadora. É preciso organizar os trabalhadores para enfrentar a política econômica de Dilma e organizar a resistência para impedir a abertura do capital da Caixa e apontar a necessidade de resgatar os bancos públicos e o sistema financeiro para o controle dos trabalhadores, como única forma de garantir que esses instrumentos sejam utilizados em benefício dos interesses da coletividade.


Defender a Caixa e um programa socialista para o sistema financeiro

- Não à abertura do capital da Caixa Econômica Federal! Caixa 100% pública e estatal, com centro no financiamento habitacional para população de baixa renda!
- Em defesa da Caixa Econômica Federal e seus empregados!
- Fim imediato das terceirizações nos bancos públicos!
- Condições favoráveis de crédito para os trabalhadores e pequenos proprietários! Redução imediata da taxa de juros de empréstimos, cheque especial e cartão de crédito para a mesma taxa que o BNDES oferece as grandes empresas!
- Fim imediato de todas as tarifas bancárias!
- Eleição dos gerentes pelos trabalhadores do setor!
- Eleição dos Executivos pelos empregados e representações dos trabalhadores!
- Taxação sobre o lucro operacional dos bancos privados, direcionando estes recursos para um fundo dos bancos públicos controlado pelos trabalhadores.
- Estatização do sistema financeiro, sob controle dos trabalhadores.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

PRECISAMOS DE UMA DIREÇÃO DEMOCRÁTICA E INDEPENDENTE DO GOVERNO, QUE LUTE POR CONQUISTAS REAIS E NÃO POR MIGALHAS!

As primeiras medidas anunciadas pelos governos Dilma, Pezão e Paes deixam claro que os ataques irão se aprofundar em 2015. O governo e os banqueiros vão querem jogar sobre nós o custo de uma crise econômica que sequer atingiu os bancos. A ameaça da privatização dos bancos públicos se mostra presente com o anúncio da abertura do capital da Caixa, bem como com a mudança formal da “essência” do BB como banco comercial.

A atual direção do Sindicato do Rio (que dirige a entidade há 24 anos!) não tem respondido ao enorme número de demissões nos bancos privados e aos ataques que os bancos públicos têm sofrido. A situação de precarização da categoria, que sofre com os baixos salários, com a retirada de direitos, com um nível de adoecimento sem precedentes, consequência do assédio moral e das metas, contrasta com a alta lucratividade do sistema financeiro do nosso país.

Precisamos estar organizados e lutar para manter e conquistar novos direitos. A direção do Sindicato tem, é claro, papel fundamental nessa organização e na luta. Por isso, queremos um novo sindicato: Um sindicato verdadeiramente democrático, controlado pela base da categoria e sem privilégios para os dirigentes sindicais. Um sindicato que não vacile quando for necessário se enfrentar com o governo, que explore suas contradições, que não subordine nossas reivindicações nos momentos decisivos. Não é isto o que temos acompanhado do setor que dirige o Sindicato dos Bancários do Rio e, muito menos da CUT, Central Sindical a que nossa entidade é filiada.


Tá na hora da MUDANÇA!!! SINDICATO É PRA LUTAR!!!


Assembléia na próxima quinta (15/01) decidirá sobre eleição para nova direção do Sindicato dos Bancários do Rio.

A LUTA POR UMA NOVA DIREÇÃO COMEÇA NA ASSEMBLÉIA DA COMISSÃO ELEITORAL COMPAREÇA!

Foi convocada para a próxima quinta-feira, dia 15/01, a assembleia que irá eleger a Comissão Eleitoral, além de deliberar sobre o processo da eleição para a nova direção do Sindicato, prevista para ocorrer entre Março e Abril de 2015.

Em nossa opinião, é necessário que esta assembleia discuta a democratização do processo eleitoral. Entre algumas das medidas, aprovar a PROPORCIONALIDADE na Comissão (a fim de que haja a representação das diferentes chapas que se apresentarem na assembleia). O que temos observado, nos últimos processos é uma TOTAL DESIGUALDADE DE CONDIÇÕES para a realização da campanha.

Nas eleições dos últimos 20 anos, a chapa da Diretoria se utilizou da estrutura e do jornal do Sindicato, bem como da liberação dos seus diretores para fazer uma campanha gigantesca. Por outro lado, a(s) chapa(s) de Oposição não tem qualquer espaço no jornal, bem como não é garantida nenhuma liberação de ponto para seus candidatos fazerem a campanha e até mesmo fiscalizarem a eleição.

Se a direção do Sindicato tem como campanha central uma REFORMA POLÍTICA (que cumpriria o papel de democratização do processo eleitoral para o Executivo e Legislativo), é necessário que seja coerente e defenda, também, a democratização do processo eleitoral do próprio Sindicato.


Compareça à Assembleia e defenda, junto conosco, as propostas acima!

Dia 15/01 – Quinta – 18h – AV. Pres Vargas 502 / 21º andar


sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Atenção! Construção da unidade exige enfrentamento aos patrões e às políticas do PT, PSDB

O Jornal “O Estado de São Paulo” publicou matéria na edição de 26 de dezembro passado intitulada “Atos pós-eleição estimulam movimentos sociais a articularem ‘frente de esquerda’”.

A matéria trata da reunião ocorrida no último dia 17 de dezembro, convocada e coordenada pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), da qual participaram diversas entidades sindicais e populares, dentre elas a CSP-Conlutas.

A reunião não adotou resoluções, dada a diversidade de opiniões e setores presentes. Por indicação do MTST, com apoio de outros setores, será realizada uma nova plenária em janeiro de 2015.

O jornal destaca as posições dos setores governistas, que compareceram com grande peso à reunião entre os quais PT (Partido dos Trabalhadores), PCdoB (Partido do Socialismo), CUT (Central Única dos Trabalhadores), UNE (União Nacional dos Estudantes), MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), CMP (Central dos Movimentos Populares), dentre outros -, como se fossem resoluções adotadas na reunião.

Para o jornal, a reunião deu a largada para a criação de um movimento “para promover manifestações e pressionar o Congresso e governo a adotar agenda considerada progressista, em resposta ao avanço de mobilizações associadas ao conservadorismo”.

E que tal frente, o jornal chama de frente popular de esquerda, vai “buscar espaço dentro do governo Dilma para projetos que estejam em sintonia com a agenda da esquerda, como reforma agrária e regulação da mídia”. “Vamos fazer a disputa dentro do governo”, teria dito Raimundo Bonfim, da CMP.

E que tais movimentos preparam “um cronograma de manifestações que começa com atos pela convocação de uma constituinte exclusiva para a reforma política na posse de Dilma, no dia 1º”.

O jornal dá destaque ainda ao deputado Renato Simões, do PT. “Em torno destas atividades deve se buscar uma unidade. O primeiro semestre deve ser de muita instabilidade política”. “A outra missão da frente de esquerda será enfrentar na rua o `golpismo´ representado, segundo ele, por grupos que pedem o impeachment de Dilma”, teria afirmado o deputado.

Embora a CSP-Conlutas não veja no “Estado de São Paulo” qualquer credibilidade para tratar dos temas em questão, a Central não tem dúvida de que essas são as posições dos setores da base de sustentação do governo do PT que participaram da reunião.

E que, sob o manto de evitar a volta da direita, as propostas desses setores vão ao encontro de blindar o governo Dilma e dar a sustentação necessária, no interior dos movimentos sociais e sindicais, para que o governo enfrente as turbulências econômicas e sociais que devem marcar o próximo mandato.

A CUT, aliás, saiu na frente, e apresentou a proposta do PPE (Programa de Proteção ao Emprego), junto a outras centrais. O programa de proteção ao emprego apresentado pela CUT permite aos empresários reduzir salários em caso de crise econômica, e ainda receberem subsídios e isenções fiscais por parte do governo, usando recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e do seguro desemprego. Ou seja, dinheiro que deveria servir para a qualificação profissional e proteção do trabalhador no caso de desemprego vai servir para garantir o lucro dos empresários.

Lamentavelmente, todas as entidades presentes à reunião e que fizeram uso da palavra, à exceção da CSP-Conlutas, evitaram tratar de um tema tão concreto como esse, fundamental para a construção da unidade na luta em defesa dos direitos dos trabalhadores.

Para Paulo Barela, membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, e que esteve presente à reunião, a plenária convocada para janeiro de 2015 deve discutir explicitamente quais são os objetivos desse espaço que está sendo criado, a partir do chamado do MTST.

“A unidade se faz mais do que necessária para enfrentar as políticas dos governos de turno, seja o governo federal encabeçado pelo PT ou governos estaduais, como o de Alckmin, do PSDB, em São Paulo. A construção de uma agenda unitária e uma plataforma comum de reivindicações é muito importante, mas deve se basear em reivindicações concretas e nas necessidades mais urgentes de nossa classe, no enfrentamento ao patronato e contra qual governo for. Se for para blindar governo, a unidade se volta contra os trabalhadores”, afirmou Barela.

Em 2015 vai ter luta!

O governo Dilma já anunciou as principais medidas e a equipe que vai tocar a política econômica no próximo mandato: aumento da meta de superávit primário com conseqüente redução do investimento nas áreas sociais, aumento de juros, arrocho fiscal e monetário. Receita mais tucana do que essa é difícil de imaginar.

Já em São Paulo, Alckmin e Haddad acabam de anunciar o aumento das tarifas do transporte público. A crise hídrica está impondo graves dificuldades à população da periferia da capital e de várias cidades do interior do estado, como em Itu.

O mesmo se dá no tema da corrupção. O escândalo da Petrobras, que vem ocupando com destaque as manchetes depois da Operação Lava Jato, atingindo fortemente o PT e partidos aliados, é correlato do escândalo dos trens e do metrô em São Paulo, estado governado há décadas pelo PSDB.

Enquanto na Petrobras trabalhadores estão sendo demitidos por contra do fim dos contratos com as empreiteiras envolvidas em corrupção, em São Paulo Alckmin segue perseguindo, com a cumplicidade da Justiça, os metroviários que ousaram desafiar seu governo e fazer greve.

Para Mauro Puerro, também membro da Secretaria Executiva da CSP Conlutas, “a unidade para o enfrentamento dessas políticas concretas, sejam elas aplicadas pelo PT, PSDB ou outros partidos, se faz mais do que necessária. E essa ação exige independência frente aos governos que hoje, sem exceção, cumprem uma agenda de reformas contra os trabalhadores”.

Com essa perspectiva de construção da unidade nas lutas e de independência frente aos governos a CSP -Conlutas participará da reunião de janeiro.